A casa do pastor Geraldo Marski está vazia, mas, o portão continua evangelizando. Ele morreu em sua própria casa, 16 de agosto, aos 96 anos, após o culto. Em vida, o pastor Marski afixou no portão um agradecimento ao carteiro e na cerca que protege sua propriedade, placas com mensagens bíblicas ao gari da limpeza pública, além de versos como “Um (sic) vida feliz e abençoada é: ‘Amarás a Teu Deus…e a teu próximo como a ti mesmo – Lucas 10: 27’”.
A cerimônia fúnebre aconteceu na Igreja do IASP (Instituto Adventista São Paulo), terça, 17 de agosto, e movimentou a cidade de Hortolândia no interior paulista. O prefeito Ângelo Perugini suspendeu a agenda oficial para dar longa entrevista à Rede Novo Tempo de Rádio. Ele destacou o exemplo do homem Marski e sua dedicação em seus quase 70 anos de vida pastoral, destes, 36 anos como distrital e líder em várias instâncias da Igreja.O presidente sul-americano da Igreja Adventista do Sétimo Dia, pastor Erton Köhler, enviou carta (via e-mail) lida pelo presidente dos Adventistas no Estado de São Paulo, pastor Domingos José de Sousa. Em nome da equipe de líderes da Divisão Sul-Americana, o pastor Köhler disse que faltaria tempo para “contar as muitas histórias vividas pelo pastor Geraldo Marski nos grandes eventos da Igreja e as muitas conversões e batismos [realizados pelo pastor nonagenário]”, escreveu. “Só na eternidade, quando novamente o encontraremos, poderemos sentar à sombra da árvore da vida e ouvir muitas histórias que marcaram tantas vidas”, completou.
Após cântico do hino “Sob Suas Asas” (Hinário Adventista, no. 357) e solo musical de Tatiana Costa, o pastor da Igreja do IASP, Heber Mascarenhas apresentou a mensagem bíblica. “Irmãos, não devemos ser ignorantes acerca dos que já dormem, para que não nos entristeçamos como os demais, que não têm esperança”, pregou com base em I Tessalonicenses, capítulo 4. “Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também acontecerá aos que em Jesus dormem”. Embora houvessem lágrimas, porém, elas eram contidas. Em clima de esperança, o hino “Vive em Mim” (Hinário Adventista, no. 155), cântico predileto do pastor Marski foi cantado por cerca de 500 pessoas que acompanharam o funeral.Antes da saída do féretro, a família fez a última homenagem. O pastor Artur, segundo filho do pastor Marski, disse: “Papai era bonito no caráter, mas, hoje, ele está tão sereno e mais bonito”, disse, olhando para o pai que usava seu inseparável chapéu de tecido. Mais tarde, o pastor Davi, o filho mais velho, afirmou emocionado: “Mamãe está sepultada não muito distante daqui. Na volta de Jesus, eles vão se abraçar para ver Cristo, nosso Rei e Redentor”.Estiveram presentes a vice-prefeita Jacyra Aparecida Santos de Souza e o secretário de saúde, Daniel Zanardi. Entre as diversas autoridades eclesiásticas, participaram do culto os presidentes das regiões administrativas da Igreja Adventista em território paulista, pastores Aurelino Ferreira (Sudoeste), Erlo Braun (Leste) e Oliveiros Ferreira (Central). Tomaram parte ainda o pastor Licius Lindquist (Casa Publicadora Brasileira), Zeferino Stabenow (Associação dos Jubilados Adventistas) e o reitor do Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP), professor Euler Bahia [Equipe ASN, Jael Eneas]