Quem sai andando e chorando enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes. Sal. 126:6.
Thomas Johannes Bach, estudante de Engenharia, caminhava por uma rua de Copenhague certo dia, quando um juvenil se aproximou dele com um folheto na mão.
– Aceita este folhetinho? – perguntou o menino. – Ele tem uma mensagem para o senhor. Olhando para o folheto, Thomas viu que era religioso. Não estava interessado e não gostou de ter sido parado na rua por causa de um folheto.
– Por que você incomoda as pessoas com a sua religião? – quis saber ele. – Sou perfeitamente capaz de tomar conta de mim mesmo.
Como o rapazinho continuasse com a mão estendida, Thomas pegou o folheto de modo grosseiro, rasgou-o e colocou-o no bolso. O garoto virou-se e foi embora muito triste. Mas Thomas não conseguiu tirar os olhos do menino. Dirigindo-se ao vão de uma porta, o juvenil curvou a cabeça e orou silenciosamente. Thomas observava e percebeu que lágrimas corriam pela face do menino. O coração de Thomas foi tocado. Ali estava alguém que se importara tanto com sua alma, a ponto de oferecer-lhe um folheto, e ele o havia rejeitado.
A partir daquele momento, a vida de Thomas tomou um rumo diferente. Em vez de tornar-se engenheiro, tornou-se missionário na América do Sul. Alguns, lendo acerca do método que o juvenil usou para testemunhar, podem acusá-lo de “impor” sua religião aos outros – e talvez ele o estivesse fazendo. Alguns podem concluir que as lágrimas dele provinham de sentimentos feridos, e não de preocupação pela alma de Thomas – e podem estar certos! Mas outros ainda podem ver nas lágrimas do rapazinho um interesse genuíno pelas almas, como se estivesse clamando:
“Passou a sega, findou o verão, e nós não estamos salvos” (Jer. 8:20) – e talvez estejam certos! Por que não dar ao garoto o benefício da dúvida?
Testemunhar por Cristo deve ser feito de modo cativante e inofensivo; as lágrimas derramadas devem provir de preocupação pelas almas e não de sentimentos feridos. Mas quem pode contestar o fato de que o Espírito Santo usou o testemunho do menino para ganhar uma alma para Cristo? Estamos nós fazendo a mesma coisa por Ele?
Não posso deixar de crer que no grande dia da colheita, no fim do mundo (ver S. Mat. 13:39), aquele rapazinho virá com regozijo, trazendo seu “feixe” de almas!