Quem sintonizou o Programa do Jô, nesta segunda 29/11, pôde acompanhar a entrevista do curador do Museu de Arqueologia Paulo Bork e professor do Unasp, professor Rodrigo Pereira Silva. Esta foi a segunda vez que o arqueólogo e doutor em Grego Antigo participa de um dos mais importantes talkshow da televisão brasileira.
Durante a entrevista, o apresentador Jô Soares ressaltou a descoberta do tijolo babilônico com inscrições em acádio, que faz parte do acervo do museu arqueológico. O arqueólogo exibiu o tijolo e falou a respeito da inscrição traduzida por ele e que traz a mensagem: “Eu sou Nabucodonosor, rei da Babilônia.” Ele lembrou que a peça foi analisada por especialistas do mundo todo e teve sua autenticidade comprovada.
Também foi exibida um documentário apresentado por Pereira da Silva em seu programa para a TV Adsat, “Redescobrindo a Arqueologia”. No trecho destacado, ele mostra como seria a cidade de Babilônia com seus cerca de 50 a cem mil habitantes: “Para os padrões da época era uma cidade muito grande”, salientou o arqueólogo.
A pedido de Jô, Pereira da Silva também comentou o caso de comercialização de peças arqueológicas contrabandeadas do Oriente Médio durante o último conflito no Iraque: “Apenas 72 horas após os primeiros bombardeios sobre Bagdá, algumas peças já estavam sendo comercializadas na internet. Mesmo assim, cerca de 80% do patrimônio arqueológico da região foram recuperados após a guerra”, comemorou.
Outro assunto analisado durante a entrevista se refere à veracidade ou não do “santo sudário”, tido pela Igreja Católica como o tecido que teria envolvido o corpo de Jesus Cristo logo após a crucifixão. Pereira da Silva contestou esse fato e lembrou o perigo da idolatria às relíquias: “O risco é que essa idolatria substitua a essência de Deus”, alertou. O arqueólogo também lembrou que a Bíblia é um livro tão rico em evidências “que não são necessárias outras fontes para confirmar qualquer coisa”.
(Abrajor/Diário do Campus)
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