A Responsabilidade do Pai - IASD Central de Campinas

A Responsabilidade do Pai

Como sacerdote da família o pai deve levar seu lar para mais perto de Deus

Por Ellen G White

O marido e pai é a cabeça da família. A esposa espera dele amor e interesse, bem como auxílio na educação dos filhos, e isso é justo. Os filhos pertencem-lhe, da mesma maneira que a ela, e sua felicidade igualmente o interessa. Os filhos esperam do pai apoio e guia; cumpre-lhe ter justa concepção da vida, e das influências e associações que devem rodear sua família; ele deve ser regido, acima de tudo, pelo amor e temor de Deus, e pelos ensinos de Sua Palavra, a fim de lhe ser possível guiar os pés dos filhos no caminho reto.

O pai é o legislador da família; e, como Abraão, deve fazer da Lei de Deus o governo de sua casa. Deus disse de Abraão: “Porque Eu tenho conhecido, que ele há de ordenar a seus filhos e a sua casa.” Gên. 18:19. Não haveria pecaminosa negligência em restringir o mal, nada de favoritismo fraco, imprudente, cheio de condescendência; nada de ceder sua convicção do dever aos reclamos de enganosa afeição. Abraão não somente dava a instrução devida, mas mantinha a autoridade de leis justas e retas. Deus nos deu regras para nossa direção. As crianças não devem ter permissão de desviar-se da segura vereda estabelecida na Palavra de Deus, para caminhos que levam a perigos, os quais se acham abertos de todos os lados. Bondosamente, mas com firmeza, com perseverante esforço secundado de oração, seus maus desejos devem ser refreados, reprimidas suas inclinações.

Cumpre ao pai fortalecer na família as austeras virtudes – energia, integridade, honestidade, paciência, ânimo, diligência e utilidade prática. E o que exige de seus filhos deve ele mesmo praticar, ilustrando essas virtudes na própria conduta varonil.
Mas, pais, não desanimeis vossos filhos. Combinai o afeto com a autoridade, a bondade e simpatia com a firme restrição. Dedicai a vossos filhos algumas de vossas horas de lazer; relacionai-vos com eles; associai-vos com eles em seus trabalhos e brinquedos e captai-lhes a confiança. Cultivai a camaradagem com eles, especialmente os meninos. Tornar-vos-eis, assim, uma forte influência para o bem.

O pai deve fazer sua parte para tornar o lar feliz. Sejam quais forem seus cuidados e perplexidades nos negócios, não permita que estes ensombrem a família; deve penetrar em casa com sorrisos e palavras aprazíveis. Em certo sentido, o pai é o sacerdote da família, depondo sobre seu altar o sacrifício matutino e vespertino. Mas a mulher e os filhos devem unir-se à oração e aos cânticos de louvor. Pela manhã, antes que saia de casa para o trabalho do dia, reúna ele os filhos em redor de si, e, curvando-se perante Deus, entregue-os ao Seu paternal cuidado. Passados os cuidados do dia, reúna-se a família para fazer uma prece de gratidão, e erguer hinos de louvor, em reconhecimento do divino cuidado no decorrer do mesmo.

Pais e mães, por mais prementes que sejam vossos afazeres, não deixeis de reunir vossa família em torno do altar de Deus. Pedi a guarda dos santos anjos em vosso lar. Lembrai-vos de que vossos queridos estão sujeitos a tentações. Aborrecimentos diários juncam a estrada tanto dos jovens como dos mais idosos. Os que querem viver vida paciente, amorável e satisfeita, devem orar. Somente obtendo constante auxílio de Deus podemos alcançar a vitória sobre o eu.

O lar deve ser um lugar onde o contentamento, a cortesia e o amor façam habitação; onde moram essas graças, aí residem a paz e felicidade. Podem invadi-lo as aflições, mas isso é a sorte da humanidade. Que a paciência, a gratidão e o amor mantenham no coração a luz solar, seja embora o dia sempre nublado. Em tais lares os anjos de Deus habitam.

Estudem, o marido e a esposa, a felicidade mútua, nunca faltando as pequeninas cortesias e pequenos atos de bondade que alegram e iluminam a vida. Entre o marido e a esposa deve existir perfeita confiança. Juntos, devem considerar suas responsabilidades. Operar juntos pelo mais alto benefício de seus filhos. Jamais devem, em presença dos filhos, criticar-se mutuamente os planos, ou discutir a maneira de julgar um do outro. Tenha a mulher o cuidado de não tornar mais difícil a obra do marido pelos filhos. Apóie o marido as mãos da esposa, dando-lhe sábios conselhos, e afetuosa animação.
Não se deve permitir que se erga entre pais e filhos barreira alguma de frieza e reserva. Relacionem-se os pais com eles, buscando compreender-lhes os gostos e disposições, penetrando em seus sentimentos e discernindo o que lhes vai no coração.

Pais, deixai que vossos filhos vejam que os amais, e fareis tudo que estiver ao vosso alcance para torná-los felizes. Se assim fizerdes, as necessárias restrições que lhes impuserdes terão incomparavelmente mais peso em seu espírito. Governai vossos filhos com ternura e compaixão, lembrando que “os seus anjos nos Céus sempre vêem a face de Meu Pai que está nos Céus”. Mat. 18:10. Se quereis que os anjos façam por vossos filhos a obra de que Deus os incumbiu, cooperai com eles, fazendo a vossa parte.

Criadas sob a sábia e amorosa guia de um lar verdadeiro, as crianças não terão desejo de ausentar-se em busca de prazer e camaradagem. O espírito que prevalece no lar moldará seu caráter; formarão hábitos e princípios que serão uma forte defesa contra a tentação, quando deixarem o abrigo do lar e assumirem sua posição no mundo.

Tanto as crianças como os pais têm importantes deveres a cumprir no lar. Deve-se-lhes ensinar que constituem uma parte da organização do lar. São alimentados, vestidos, amados e cuidados; e devem corresponder a esses muitos favores, assumindo a parte que lhes cabe nas responsabilidades do lar, e trazendo toda a felicidade possível à família da qual são membros.

As crianças são às vezes tentadas a zangar-se quando lhes são feitas restrições; mas, mais tarde na vida, elas bendirão os pais pelo fiel cuidado e estrita vigilância que as guardou e guiou na idade da inexperiência.

Fonte: A Ciência do Bom Viver, págs. 391-394.


“Pais, deixai que vossos filhos vejam que os amais, e fareis tudo que estiver ao vosso alcance para torná-los felizes. Se assim fizerdes, as necessárias restrições que lhes impuserdes terão incomparavelmente mais peso em seu espírito”

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