A internet se tornou umas das ferramentas mais aplicadas no cotidiano das pessoas, da educação ao entretenimento. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 21,9% da população já utilizou a internet no País. Esse resultado coloca o Brasil como o país da América Latina onde as pessoas passam mais tempo na internet, e na estatística mundial ocupa o quinto lugar. Segundo especialistas, esse resultado é negativo para o desenvolvimento mental da população.

Segundo o psicólogo Osmar Reis, quem passa muito tempo no computador, desenvolve uma maneira de pensar deficitária. “A pessoa se acostuma a ler superficialmente, sem muita reflexão. Existe um efeito denominado hiperpensamento, que é percebido nos que lêem textos na internet freqüentemente. Isso se relaciona à dificuldade de acompanhar uma leitura mais profunda e extensa”, esclarece Reis.

O psicólogo também ressalta os efeitos negativos em relação aos relacionamentos. “A pessoa pode estabelecer uma relação com alguém do outro lado do mundo, mas é incapaz de trocar algumas palavras com seu vizinho.” Ele alerta para o fato de que o internauta pode modificar sua identidade, construindo outra divergente da real. “O indivíduo passa a rejeitar e a desaprovar quem ele é em realidade”, previne.

Estudo realizado pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI) revela que o uso da internet varia com a classe social, escolaridade e renda. Os membros da classe A usuários da internet totalizam 95%, ao contrário dos 12% das classes D e E. O percentual de acesso dos que possuem formação superior é 59% maior do que os que possuem apenas o ensino fundamental.

O estudante de Publicidade e Propaganda Thiago Forato usa a internet diariamente, e afirma possuir grande dependência, o que é prejudicial. “Passo muito tempo na internet, e às vezes perco a noção do tempo”, assume Forato.

A estudante e monitora de atendimento online Andiara Fagundes aborda o uso da internet de maneira positiva, quando feito com responsabilidade. “O que me mantém navegando por tanto tempo é a necessidade do trabalho. Infelizmente, se não usada de maneira responsável, a rede não traz benefícios. Influencia o consumismo excessivo, e evidencia sites que não acrescentam nada ao nosso intelecto. Portanto, deve-se ter equilíbrio e responsabilidade”, ressalta Andiara.

Para o filósofo e psicólogo Gerson Pires se gasta tempo precioso com a internet, quando se deveria produzir algo útil e benéfico para a humanidade. “O uso constante de qualquer tecnologia quando esta escraviza o homem, é uma forma de desumanização. Se tudo continuar como vai, as próximas gerações serão repletas de robôs sem personalidade, meras máquinas”, afirma o filósofo.

(Rennan Neves, Diário do Campus)